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Gabriela C.

[POR] Women in STEM: Marie Curie

Em um mundo marcado por inúmeras estreias, Curie realmente realizou tudo. Marie Curie, a primeira mulher ganhadora do Nobel, ganhou dois prêmios em diferentes áreas. Pioneira em nas áreas de exatas, seu trabalho inovador reformulou a ciência moderna (Abergel et al.). Nascida em 1867 em Varsóvia, Polônia, Maria Skłodowska Curie se destacou por suas pesquisas sobre radioatividade. Com o marido, Pierre Curie, professor da Escola de Física e Química, eles descobriram dois elementos: polônio e rádio, com números atômicos 84 e 88 respectivamente. Curie foi uma mulher que resplandeceu características de perseverança, força e curiosidade, e seu legado vai muito além dos laboratórios de seu tempo.


Nascida em uma família pobre, ela era a caçula de cinco filhos. Quando sua mãe e seu pai morreram, ela se tornou governanta para se sustentar. Durante esse tempo, lia para tentar satisfazer sua curiosidade e sede de conhecimento, visto que não tinha condições financeiras para receber o ensino superior. Felizmente, sua irmã ofereceu a oportunidade de ir a Paris com ela e frequentar uma universidade. Curie aproveitou a chance a tempo e ingressou na Universidade de Sorbonne, em Paris, em 1891. Lá, estudou física e matemática e conheceu o marido, Pierre Curie, cientista que trabalhava na cidade.

 

Compartilhando um interesse nos raios invisíveis que o urânio emitia, Pierre e Marie Curie se tornaram pesquisadores da Escola de Química e Física e começaram seu trabalho pioneiro. Naquela época, o novo fenômeno de "raios capazes de passar através de matéria sólida, névoa e filme fotográfico e do ar como condutor elétrico" foi elucidado pelo professor Henry Becquerels, despertando um interesse significativo dentro do casal Curie ("Marie Curie, a Cientista").  Marie Curie também descobriu que os “pitchblendes” eram extremamente radioativos. “Pitchblendes” são minerais marrons ou pretos que contêm grandes quantidades de uranita e rádio. No entanto, Marie não acreditava que a radioatividade vinha apenas do urânio; tinha que haver outra coisa causando-a. A partir dessa conclusão, Curie acreditava ter encontrado um novo elemento, enquanto outros cientistas duvidavam dessa conclusão.


Mesmo que muitas pessoas tenham contestado os resultados de Curie, ela e seu marido se comprometeram a encontrar o elemento desconhecido. Para encontrá-lo, eles trituraram o mineral marrom em um pó fino, adicionavam ácido para separar a mistura, descobrindo então o polônio, que recebeu o nome de sua terra natal ("O Prêmio Nobel | Mulheres que mudaram a ciência | Marie Curie"). O polônio que eles extraíram veio na forma de um pó preto, e eles descobriram que era 330 vezes mais radioativo do que o urânio ("Marie Curie, a Cientista"). Mesmo depois de descobrir o polônio, eles descobriram que o líquido deixado para trás como resíduo ainda era muito radioativo. Portanto, eles sabiam que havia mais elementos radioativos que ainda não haviam descoberto. 


Em parceria com uma empresa australiana que precisava do urânio, Marie Curie comprou várias toneladas de resíduos que eram mais radioativos do que os do “pitchblenders”. Depois de quatro anos, ela mal extraiu "rádio puro suficiente para encher um dedal" (Jardins). Ao estudar e trabalhar com elementos radioativos, ambos foram atormentados por queimaduras e fadiga ocasionadas pela radiação. Considerando suas condições deploráveis, foi impressionante como os Curie mediram com precisão o peso atômico do rádio como 225,93. Em 1898, o casal oficialmente descobriu o elemento rádio com o número atômico 88. 


Curie não parou depois de descobrir dois elementos radioativos. Continuou estudando para saciar sua sede de conhecimento. Em 1903, tornou-se a primeira mulher a obter um doutorado em física, e os professores que leram sua tese a consideraram a "maior contribuição individual à ciência já escrita" (Jardins). Quando rumores sobre ela receber um prêmio Nobel começaram a circular, muitas pessoas atribuíram as descobertas a Becquerel e Pierre.  No entanto, Pierre insistiu que Marie Curie era a chefe do estudo e que o crédito deveria ir para ela. Em 1903, Pierre, Becquerel e Curie dividiram o Prêmio Nobel de Física, o primeiro Prêmio Nobel já concedido a uma mulher. Em 1911, ela ganhou um Prêmio Nobel de Química, mas adoeceu gravemente.  Depois de um longo período de recuperação, em 1913, ela construiu 18 estações de raios-X que facilitaram o tratamento de soldados durante a Primeira Guerra Mundial, e ela mesma operou e consertou essas estações. Ao todo, foram mais de 200 estações. 


Em 1934, Marie Curie morreu aos sessenta e sete anos de idade. Suas décadas de exposição a elementos radioativos a deixaram doente crônica, com catarata quase cegante e uma causa de morte de leucemia grave ou anemia (Grady).  Sua filha Irene Joliot-Curie e seu marido, ambos ganhadores do Prêmio Nobel, continuaram a trabalhar com radioatividade e morreram de doenças relacionadas à radiação.  Em relação à medicina moderna, os Curies descobriram que o rádio "destruiu as células doentes mais rapidamente do que as células saudáveis" e, portanto, pode ser usado para tratar tumores cancerígenos. Essa descoberta é o que hoje conhecemos como radioterapia, que usa "feixes de alta energia, como raios-X ou prótons" para matar células cancerígenas (Frysh). 


A extraordinária jornada de Marie Curie no reino das ciências exatas não apenas quebrou barreiras de gênero, mas também redefiniu o cenário de conquistas científicas. Nascida em um ambiente conflituoso, o espírito indomável de Curie, a curiosidade inabalável e a busca incansável pelo conhecimento a impulsionaram do início mais humilde para se tornar uma das mulheres mais realizadas do mundo.  O legado de Curie permanece como um símbolo de esperança para aspirantes a cientistas, médicos e pesquisadores, especialmente para as mulheres na área das ciências. Além de seus elogios, as contribuições de Marie Curie para a ciência médica - particularmente o desenvolvimento da radioterapia - continuam a salvar vidas e moldar os cuidados de saúde modernos. Marie Curie realmente deixou um legado duradouro e uma marca indelével que continuará a brilhar tão brilhante quanto os elementos que ela revelou.




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